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Redução nas Obras Públicas ameaça recuperação da Construção

31 de Outubro de 2018 às 11:56:16

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Economia

A atividade do setor da Construção tem revelado um comportamento positivo ao longo de 2018, fruto não só do acentuado dinamismo do segmento da construção de edifícios, mas também do desempenho positivo dos trabalhos de engenharia civil.

As perspetivas de evolução futura na vertente da construção de edifícios mantêm-se positivas, com os dados disponíveis quanto a licenciamento, quer relativos a edifícios habitacionais, quer os referentes à construção de edifícios não habitacionais, a apontarem todos para a manutenção de elevados níveis de produção num futuro próximo.
Em termos de construção residencial, o número de fogos licenciados registou um crescimento homólogo de 39% durante os primeiros 8 meses do ano, permitindo antecipar que, no final de 2018, mais de 19,6 mil novos fogos habitacionais terão sido licenciados.
Por seu turno, a área de construção de edifícios não residenciais licenciada nos meses de janeiro a agosto aumentou 16%, face ao mesmo período de 2017. Para este aumento foram particularmente relevantes as evoluções das áreas destinadas ao comércio (+83%) e à indústria (+22%). Pelo contrário, verificou-se uma redução da área destinada a fins turísticos (-24%). Ainda assim, mantendo-se até ao final do ano o crescimento apurado até agosto, a área total licenciada durante o ano de 2018 para a construção de edifícios não residenciais será superior a 3 milhões de m2, um claro sinal de forte dinamismo da atividade do segmento de produção deste tipo de edifícios.
Pelo contrário, os indicadores relativos ao mercado das obras públicas deixam antever uma evolução menos favorável para o segmento da engenharia civil.
De facto, os dados disponibilizados pelo Portal Base e relativos ao mercado das obras públicas evidenciam uma tendência claramente negativa, quer no lançamento de novas empreitadas de obras públicas, quer nas adjudicações de novos trabalhos. Assim e até ao final de setembro, o valor das obras lançadas a concurso ascendia a 1,7 mil milhões de euros, refletindo uma quebra de 21% face a igual período de 2017. Por seu turno, o valor das contratações de empreitadas de obras públicas ascendia a 1,3 mil milhões de euros, o que traduz uma redução de 3% quando comparado com o valor total dos contratos celebrados no período homólogo de 2017.
Ao contrário do evidenciado pelo investimento privado, o investimento público revela, assim, uma evolução negativa, a qual pode vir a comprometer a recuperação sustentada do setor da Construção num futuro próximo. Esta opção pela manutenção do investimento público em níveis muito reduzidos, nomeadamente daquele que se traduz em construção, é altamente penalizadora do desenvolvimento económico do nosso País, pelo que não pode deixar de ser fortemente criticada.

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