Diretor: José Tomaz Gomes | Editor: AECOPS
20 de Junho de 2016 às 11:28:18
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Os valores das Contas Nacionais Trimestrais relativas ao primeiro trimestre de 2016 e disponibilizadas recentemente pelo INE vieram confirmar a redução, em termos homólogos, do Valor Acrescentado Bruto (VAB) do setor da Construção (-2,8%), bem como da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) em construção (-3,9%).
Ainda assim e de forma aparentemente contraditória, o Inquérito ao Emprego, também da responsabilidade do INE, aponta para um aumento do número de pessoas empregues no setor da Construção nos três primeiros meses do ano e face ao período homólogo (+6,3%, correspondente a +17 mil trabalhadores no Setor).
Esta clara divergência entre a evolução das duas variáveis pode estar relacionada com a forte dinamização do segmento dos edifícios, nomeadamente no que concerne aos trabalhos de reabilitação, mais exigentes em mão de obra, em contraponto com o segmento dos trabalhos de engenharia civil, onde a evolução recente da produção se mantém negativa.
Deste modo e a par de uma procura muito dinâmica no mercado imobiliário, traduzida num crescimento de 70% no montante de novas operações de crédito para aquisição de habitação e num aumento de 23% no número de fogos novos licenciados até abril (com um acréscimo de 17% em termos de área licenciada), mantém-se uma evolução homóloga negativa, embora mais moderada do que nos meses iniciais do ano, no valor dos contratos de empreitadas de obras públicas adjudicados até maio (-0,4%), após a redução de 41% verificada ao longo do ano de 2015, a qual continua a ser determinante para a evolução negativa da produção deste segmento.
Também os dados relativos ao licenciamento de edifícios não residenciais apontam para uma evolução muito positiva deste segmento de atividade, com um crescimento, até abril, de 30% na área total licenciada, com destaque para os edifícios destinados ao comércio (+105%) e à indústria (+66%), em termos homólogos.
No que concerne à evolução futura do mercado das obras públicas, as expetativas mantêm-se favoráveis, já que se registou um crescimento de 19% no valor das empreitadas de obras públicas lançadas a concurso até maio. Neste contexto, importa realçar que só a verificar-se um real aumento do investimento em construção é que o emprego do Setor não voltará a recuar.
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